---- Capitulo 4 Gabriel passou a noite inteira no quarto de Dalia. Marilia nao havia prestado atencao nisso. Na verdade, foi Juli, aempregada, quem a puxou de manha cedo para o jardim, sussurrando como se fosse uma informação de seguranga nacional. - Senhora, pelo amor de Deus, abre o olho! - Juli sussurrou, aflita. - Aquela mulher ta se jogando pra cima do Sr. Gabriel! Se a senhora tivesse visto a roupa que ela usou ontem a noite... meu Deus, eu nem tive coragem de olhar! Marilia sorriu, tranquila. - Vocé esta imaginando coisas. Srta. Dalia e Gabriel cresceram juntos, ele sempre a teve em alta conta. Nao diga mais essas coisas sobre ela, Gabriel nao gostaria de ouvir. Juli arregalou os olhos, surpresa. - Senhora... o que esta acontecendo com vocé? - Comigo? Nada. Estou étima. - O sorriso de Marilia permaneceu intacto. ---- Um sorriso que parecia uma mascara soldada ao rosto. Ela nao choraria mais. Nunca mais. - Nao, tem alguma coisa errada! - Juli insistiu, convicta. - Antes, quando falava com o patrao, a senhora sempre o chamava de "Gabi". Mas agora... agora esta chamando ele de Gabriel. Marilia abaixou os olhos, escondendo qualquer resquicio de emoção. No inicio, ela também o chamava de Gabriel. Foi apenas depois da primeira vez que ficaram juntos que ele a fez mudar. Naquela noite, Gabriel a jogou na cama, vendou seus olhos com um tecido negro e, enquanto puxava seus cabelos, exigiu que o chamasse de "Gabi". Ela pensou que fosse um apelido carinhoso. Algo intimo. Algo só deles. E passou muito tempo se sentindo especial por isso. Até ontem. ---- Quando ouviu Dalia chama-lo de Gabi. Foi ali que tudo fez sentido. Agora ela entendia por que ele fez questao de venda- la naquela noite. Porque os olhos dela nao eram como os de Dalia. Mas a voz era parecida. Entao ele queria ouvi-la chamá-lo assim. Uma, duas, dez vezes. Até que desmaiasse. - Juli, num lugar como esse, a regra é clara. Trabalhe mais, fale menos. - Marilia pousou a mao no ombro da empregada, aconselhando-a com gentileza. - Nao fale mal da Srta. Dalia. Ela estava prestes a sair daquela casa. E Dalia assumiria seu lugar. Se Juli quisesse manter seu emprego, era melhor nao fazer inimigos. Deixando a conversa para tras, Marilia subiu até o quarto, pegou os papéis do divorcio e foi até o escritério de Gabriel. ---- Quando ouviu Dalia chama-lo de Gabi. Foi ali que tudo fez sentido. Agora ela entendia por que ele fez questao de venda- la naquela noite. Porque os olhos dela nao eram como os de Dalia. Mas a voz era parecida. Entao ele queria ouvi-la chamá-lo assim. Uma, duas, dez vezes. Até que desmaiasse. - Juli, num lugar como esse, a regra é clara. Trabalhe mais, fale menos. - Marilia pousou a mao no ombro da empregada, aconselhando-a com gentileza. - Nao fale mal da Srta. Dalia. Ela estava prestes a sair daquela casa. E Dalia assumiria seu lugar. Se Juli quisesse manter seu emprego, era melhor nao fazer inimigos. Deixando a conversa para tras, Marilia subiu até o quarto, pegou os papéis do divorcio e foi até o escritério de Gabriel. ---- Atendeu. E, como num passe de magica, seus olhos se suavizaram. Sua voz ficou doce. Diferente do tom gélido que sempre usava com Marilia. Ela deslizou os papéis sobre a mesa. - Assine, por favor. Gabriel nem sequer olhou. Pegou a caneta e assinou, distraido, sem interromper sua conversa. Marilia franziu a testa. - ...Vocé nao quer ao menos ler? - Preciso? - Ele bufou, impaciente. - É sobre os médicos para sua mae, certo? Pegue os papéis e mande para Pedro, ele resolve isso. Voltou sua atenção ao celular, rindo de algo que Dalia disse. - Ah, e mais uma coisa. Para de me ligar toda hora. ---- Na ultima vez que me bombardeou com mensagens, perdi chamadas importantes.