---- Capitulo 24 Giano nao ficou nem um pouco tranquilo ao ver Marilia querendo ir embora sozinha. Sem hesitar, ele se levantou junto com ela: - Eute levo. - Nao precisa! - Marilia respondeu rapido, balangando a cabeca. - Eu... eu posso ir sozinha. Ela nem conseguia encara-lo direito. Embora eles ainda nao tivessem oficializado nada, ja haviam saido juntos varias vezes. Se estivessem em Cavéria, isso ja seria considerado um relacionamento. Marilia nao queria uma cena de confronto entre o ex- marido e o homem com quem estava saindo agora. Assim, Marilia pegou um taxi e voltou para casa sozinha. Ao descer do carro, avistou imediatamente uma figura familiar parada sob a luz do poste, tragando um cigarro. Gabriel. ---- Assim que a viu, ele reagiu como se tivesse encontrado a propria salvacao. - Marilia! Largou o cigarro ainda aceso e correu até ela, puxando -a para um abraco desesperado. - Gracas a Deus... Gracas a Deus! - sua voz tremia, os bracos apertando-a contra o peito. - Eu finalmente te encontrei! - Vocé tem ideia do quanto eu procurei por vocé? Eu quase revirei o mundo inteiro! - Cento e cinquenta e trés dias! Vocé jd me deixou por cento e cinquenta e trés dias... Enquanto falava, lagrimas comegaram a escorrer pelo seu rosto. Cento e cinquenta e trés dias - pouco mais de cinco meses. Um tempo que talvez nao parecesse tao longo para alguns, mas para ele... cada minuto tinha sido uma eternidade. Antes, Gabriel nao entendia o que era saudade. Agora, compreendia que a auséncia de alguém podia transformar segundos em séculos. ---- - Marilia, por favor, nao va embora de novo. Nunca mais. - sua voz se quebrou. - Eu errei. Eu sei que errei. Eu nao deveria ter trazido a Dalia para casa, nao deveria ter te tratado daquela forma. - Mas tudo aquilo foi mentira! - continuou, desesperado para se justificar. - Eu fiz tudo aquilo apenas para me vingar da Dalia. A única pessoa que eu realmente amo... é vocé! Agora que finalmente a tinha diante de si, Gabriel despejou tudo o que estava guardado dentro dele. Contou sobre seu plano, revelou que o casamento que ele havia preparado era real, que a intencao dele era fazer uma ceriménia grandiosa para ela. A culpa era toda de Clarisse, aquela idiota que estragou tudo. - Eu ja puni Clarisse! - acrescentou rapidamente. - Tirei a mesada dela por um ano, coloquei-a de castigo por um més e a avisei que nunca mais deve desrespeitar vocé. Falou, falou e falou. Quando finalmente parou para respirar, segurou os ombros de Marilia, abaixou a voz, tentando soar mais suave, mais convincente. ---- - Marilia, eu sei que cometi muitos erros. Eu ja entendi o quanto fui um idiota. Me perdoe. - Volta para casa comigo? Vamos recomecar. Depois de tudo o que ouvira, Marilia riu. Entao era isso. Ela, que ja havia imaginado intimeras vezes esse momento, percebeu que nada daquilo importava mais. Houve um tempo em que teria dado tudo para ouvir Gabriel se desculpar. Ela o amou. Como amou. De um jeito inteiro, intenso, absoluto. Ela também o odiou. Odiou a frieza. Odiou o desprezo. Odiou o fato de ele nunca lhe ter dado sequer uma migalha de amor. Por cinco anos, esperou por essa confissao. Cinco anos de juventude, de vida, de paixao... tudo entregue aele. Enem uma vez ele lhe pedira desculpas. ---- Nunca. Agora que finalmente pedia, Marilia percebia que... nao se importava mais.
