---- Capitulo 11 Gabriel nunca contou seu plano de vinganca para Clarisse. Apenas ordenou que, pela manha, levasse Dalia para experimentar um vestido de noiva. E a tarde, fizesse o mesmo com Marilia. Clarisse, por conta propria, tirou suas préprias conclusées. Acreditou que o papo de "aniversário de casamento" e "cerim6nia especial para Marilia" era puro teatro. Seu irmão, obviamente, planejava pedir Dalia em casamento. Por isso, desde cedo, ligou apressado, garantindo que Dalia escolhesse um vestido digno da ocasiao. Marilia, por outro lado... Devia estar no centro de uma humilhacao publica. Assim, Clarisse se adiantou. Mandou preparar um balde de agua gelada sobre a porta do salao. ---- Quando Marilia entrasse, seria ridicularizada diante de todos. E a troca dos vestidos? Mais um erro dela. Ao ver que o vestido de Marilia era claramente mais luxuoso, pensou que a loja havia confundido os pedidos. Indignada, foi tirar satisfagao. - Como ousam trocar os vestidos?! - esbravejou para o dono da loja. - Querem que a impostora use um vestido de princesa enquanto a verdadeira noiva veste algo sem graca?! Os funcionarios hesitaram. Gabriel de fato encomendou dois vestidos idénticos. Porém, mais tarde, pediu um modelo exclusivo para Marilia. Diante da furia de Clarisse, ficaram inseguros: - Sera que ele mudou de ideia de novo? ---- Para evitar problemas, entregaram um segundo modelo idéntico ao de Marilia. Clarisse, satisfeita, mandou entrega-lo a Dalia. Agora, as duas estariam vestidas da mesma forma. E, para ela, esse era o maior golpe de todos. Fez tudo com tanto orgulho. Até imaginou Gabriel elogiando seu brilhante trabalho. Talvez até a presenteasse com um belo conjunto de joias. Mas... Em vez de reconhecimento, recebeu a fúria incontrolavel do irmao. - CLARISSE! O grito ecoou pelo salao. Os olhos de Gabriel brilhavam com um gelo cortante. - Nao me faça perguntar uma terceira vez. ---- Seu tom fazia o ar pesar. - O que vocé fez com Marilia? - Onde ela est?! Clarisse empalideceu. - Eu... eu... Seu cérebro trabalhava freneticamente para inventar uma desculpa. Mas então, ouviu a ameaça gélida: - Não me force a puxar as gravações das câmeras de segurança. Seu sangue gelou. Se ele assistisse às imagens, não teria mais escapatória. Seu plano sujo seria exposto nos mínimos detalhes. Mas se confessasse... Talvez pudesse suavizar os fatos. Respirou fundo e, forçando um tom inocente, ---- começou: - Mano... Eu juro que não fiz por mal! Pigarreou, tentando parecer indignada. - Alguém mal-intencionado colocou um balde na porta... Seus olhos brilharam com falsa indignação. - Quando Marília entrou, foi atingida. O olhar de Gabriel se estreitou ainda mais. - E? Clarisse prendeu a respiração. - Todo mundo riu... Ela ficou muito envergonhada... e fugiu. Fez uma pausa dramática. Depois, forçou um tom de vítima. - Tentei impedi-la! - Mas... mas ela correu e eu não consegui alcançá-la!
